Introdução

Para quem deseja trabalhar como técnico mecânico no setor offshore, ter o curso técnico em mecânica ou máquinas navais é apenas o primeiro passo. É igualmente importante possuir o CFT ativo (registro no Conselho Federal dos Técnicos Industriais), que comprova a habilitação profissional e permite o exercício legal da função.

Além da formação e registro, o ambiente marítimo exige treinamentos específicos, voltados para segurança, normas internacionais e procedimentos de emergência.
Esses cursos são, em grande parte, obrigatórios para embarcar, servindo como pré-requisito para contratação pelas empresas.

Neste guia, vamos apresentar os principais cursos que todo técnico mecânico precisa considerar para iniciar ou consolidar sua carreira offshore.

1. CBSP — Curso Básico de Segurança de Plataforma

  • O que é: Treinamento obrigatório que ensina procedimentos de segurança, prevenção e resposta a emergências em plataformas e unidades marítimas.
  • O que abrange:
    • Uso de EPIs.
    • Prevenção e combate a incêndios.
    • Procedimentos de abandono de plataforma.
    • Primeiros socorros.
  • Validade: 5 anos (precisa de reciclagem).
  • Por que é importante: Sem o CBSP, praticamente nenhuma empresa autoriza o embarque.

2. HUET / T-HUET — Treinamento de Escape de Aeronave Submersa

  • O que é: Curso voltado para simular situações de emergência durante voos de helicóptero, principal meio de transporte para plataformas.
  • O que abrange:
    • Técnicas de evacuação subaquática.
    • Uso de colete salva-vidas e equipamentos de respiração.
    • Procedimentos de sobrevivência no mar.
  • Validade: Normalmente 4 anos (pode variar conforme a norma).
  • Por que é importante: Quase todos os embarques offshore utilizam helicóptero; este curso garante que o profissional saiba agir em caso de queda ou pouso forçado.

3. NR-33 — Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados

  • O que é: Treinamento para trabalho seguro em tanques, porões, tubulações e outros locais com acesso restrito.
  • O que abrange:
    • Reconhecimento de riscos em espaços confinados.
    • Medições de gases.
    • Uso de ventilação forçada e EPIs específicos.
  • Validade: 2 anos.
  • Por que é importante: Muitos equipamentos e sistemas mecânicos offshore estão em espaços confinados; é obrigatório ter o curso para acessá-los.

4. NR-35 — Trabalho em Altura

  • O que é: Curso obrigatório para qualquer atividade executada acima de 2 metros de altura.
  • O que abrange:
    • Técnicas de ancoragem e uso de cinturões.
    • Sistemas de retenção e resgate.
    • Inspeção de EPIs para altura.
  • Validade: 2 anos.
  • Por que é importante: Trabalhos em guindastes, turcos, convés superior e estruturas elevadas são comuns no dia a dia offshore.

5. NR-37 — Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo

  • O que é: Norma específica para operações em plataformas.
  • O que abrange:
    • Riscos e procedimentos específicos de plataformas de petróleo.
    • Gestão de segurança no ambiente offshore.
    • Prevenção de acidentes e práticas de saúde ocupacional.
  • Validade: Definida conforme função e treinamento.
  • Por que é importante: Complementa os outros cursos com um foco 100% voltado para o ambiente marítimo.

6. Cursos Técnicos Complementares

Além dos obrigatórios, ter qualificações extras pode aumentar muito as chances de contratação:

  • Hidráulica e Pneumática (avançado)
  • Alinhamento de eixos e acoplamentos
  • Interpretação de desenhos técnicos e diagramas
  • Manutenção de guinchos e turcos
  • Torque e tensionamento
  • Leitura de manômetros e instrumentação básica

Embarcar como técnico mecânico offshore exige muito mais que conhecimento mecânico. É preciso estar preparado para enfrentar condições desafiadoras e riscos específicos do ambiente marítimo.
Os cursos CBSP, HUET/T-HUET, NR-33, NR-35 e NR-37 formam a base obrigatória para embarcar.
Já as especializações em áreas técnicas aumentam a empregabilidade e a segurança do profissional.

📌 Dica Final: Antes de investir nos cursos, pesquise empresas de treinamento credenciadas pela Marinha e reconhecidas pelo setor de óleo e gás, para garantir validade e aceitação do certificado.